Para minha surpresa o pai dele não o reconheceu (foi como aquele programa "De Volta a Minha Terra"... rsrsrs), e só depois dele se apresentar como filho veio o abraço, o pai dele ficou emocionado por ver o filho depois de muito tempo, ele é uma pessoa simples e tranquila, e que me tratou super bem enquanto estava por lá.
No mesmo dia fomos visitar os tios e tias de Nildo, e a cada visita era uma nova surpresa, ele chegava como um estranho nas casas de seus parentes e logo ao reconhecer quem era iam lhe abraçando, seguindo de uma longa conversa para colocar os assuntos em dia, nesta parte da viagem senti que Nildo estava "matando" toda a sua saudade da cidade onde havia passado a infância, foi legal presenciar a sua felicidade de poder reencontrar todos que sentia saudade.
Logo ao pedalar pela cidade de Juruti senti um pouco parecida com Boa Vista-RR, as ruas, as casas e até mesmo a tranquilidade me fazia recordar da capital de Roraima. Lá muita gente trabalha na mineradora Alcoa já que é a maior empresa do município, localizada á 53km da zona urbana. A Alcoa, além de explorar a bauxita da região (tipo de pedra) realiza vários projetos ligados ao meio ambiente e infra-estrutura do município, como sinalização, estradas com ciclovias e outros... garantindo seu direito de permanecer no local.
Também em Juruiti fui desenhar na praça em frente a Igreja Católica, onde era bem movimentada nos fins de semana. Na praça ainda lucrei R$70,00, valendo o trabalho e garantindo minha alimentação por mais alguns dias.
Ficamos uma semana em juruti, conheci um banho chamado ponte, comprei um celular novo (pois o outro danificou depois de molhá-lo), fiz amizades, descobri que o conhecido dim-dim de Manaus por lá se chama flaw, comi um peixe saboroso da região, comi muito tucumã e conheci um ciclista do município, que disse ser somente ele e mais outro a se dedicar nas competições para representar o município.
No dia 18/01/11 peguei o barco de Juruti rumo a Oriximiná, a viagem foi a tarde e quando chegamos já tinhamos um lugar para ficar, pois a mãe do Nildo tinha uma casa por lá, onde uma mulher cuidava para não deixar a casa sozinha.
A D. Vânia que cuidava da casa nos recebeu muito bem, oferecendo até mesmo alimentação enquanto estavamos por lá, ajudando a economizar bastante. Em Oriximiná mora vários parentes de Nildo, e assim como em Juruti fomos primeiro visitá-los para então conhecer a cidade.
Oriximiná é uma cidade bem desenvolvida e possui várias praças bonitas, se destacando entre elas a praça Sentenário, sendo muito visitada pelos moradores e turistas. Ainda no primeiro dia encontramos um grupo de ciclistas, que formavam uma equipe e representavam uma oficina de nome Rebike. Conversei com eles e fui convidado para participar de um de seus treinos, onde aproveitei para falar de minha viagem. Ainda antes de partir da cidade fui até uma cachoeira a 30km, onde fui convidado para conhecê-la por um dos ciclistas.
Durante toda a semana que permaneci em Oriximiná choveu muito e não fiz nenhum desenho em praças e nem encomendas. Ainda em Oriximiná recebi a noticia de que Nildo não poderia mais me acompanhar pois de lá iria pegar o barco de volta a Manaus para resolver assuntos pessoais, e dali para frente eu seguiria sozinho.
No dia 24/01/11 parti para Óbidos pela estrada, com a distância de 86km de Oriximiná até lá. Ao sair pretendia realizar este percurso em dois dias, devido aos enormes bancos de areia espalhados pela estrada, e também pela forte possibilidade de pegar chuva no caminho. No caminho há uma vila chamada de Repartimento, e seu nome é dado devido a sua localização ser bem na metade do percurso entre Oriximiná e Óbidos.
Dei início a pedalada as 08:00 h, e entrei na estrada de areia rumo ao novo destino, como sempre perguntando das pessoas que encontrava para confirmar o caminho certo. As 11:00 h com quase 40 quilômetros pedalados decidi parar para preparar o almoço e as 12:30 h continuar o pedal.
As 13:00 h cheguei na Vila Repartimento, achei a vila pequena e tranquila, um ótimo lugar para pernoitar, mas como ainda era cedo repensei o caso. Ainda faltavam 43km até Óbidos e tinha mais 4 horas até começar a anoitecer, minha média de pedal estava em 14 km/h, e então decidi arriscar e continuar o pedal. Já na segunda parte deste dia de pedal encontrei muitos bancos de areia, me obrigando a empurrar a bicicleta durante quilômetros. Cheguei em Óbidos as 20:00h já exausto de tanto empurrar a bike, e enfim liguei para um amigo de meu pai (Junho) que assim como nos outros locais fui muito bem recebido por ele e sua família.