duvidas frequentes

1- O que é cicloturismo?
    O cicloturismo é a união do turismo com o ciclismo, ou seja, é conhecer e explorar lugares utilizando a bicicleta como principal meio de transporte.

2- por que viajar de bicicleta?
    A bicicleta é um meio de transporte simples, mas surpreendente, pois tem muitas vantagens sociais, ambientais, e de saúde. Sua simplicidade em relação aos outros transportes faz com que a subestimem, talvez por que ao falar em viajar de bicicleta a primeira coisa que perguntam é sobre o cansaço (e a segunda sobre a sua mãe), mas basta você respeitar seus limites de resistência físicos diários que você chega longe.
    Viajar de bicicleta é como saborear um prato de comida que você adora, logo ao vê-lo a vontade é de devorá-lo por inteiro, mas sabe-se que dependendo da quantidade isso é impossível ou no mínimo perigoso, mas basta comer colherada por colherada que logo terá terminado a refeição. A maior parte das pessoas que conto minhas aventuras na “magrela” ficam entusiasmadas e dizem que adorariam poder fazer o mesmo, mas não agüentariam pedalar tantos quilômetros para chegar em tal lugar.
    Pois bem, assim como a comida, você tem que ir saboreando a cicloviagem aos poucos, já se for engolindo não sentirá sabor algum, nem sentirá os prazeres que sua refeição ou viagem de bicicleta podem lhe proporcionar.
    Não sou nenhum super-homem ou muito menos alguém que deseja testar os limites físicos, até por que não gostaria de vivenciar o momento de total desgaste físico. Para viajar de bicicleta é preciso conhecer bem seu próprio corpo e mente para não exagerar na dose, tirando assim o maior proveito da viagem.
    Antes de realizar uma cicloviagem penso em todas as possibilidades possíveis, para então preparar minha mente, meu desempenho físico, bicicleta e é claro a bagagem, tendo que realizar antes viagens menores simulando a maior, para identificar o que está faltando ou se tem excesso de bagagem.
    Viajar de bicicleta exige uma responsabilidade muito grande com o meio ambiente, comunidades e consigo mesmo. Na cicloviagem se aprende a cada momento, meditando enquanto se está na estrada, refletindo questões sociais, admirando a natureza e a simplicidade da vida, conhecendo pessoas que jamais havia visto e ser convidado em suas mesas na hora da refeição enquanto lhe enchem de perguntas, como, para onde vai? Por que faz isso? De onde veio? Para onde vai?
    Por isso e mais um pouco sinto que vivo plenamente enquanto realizo minhas cicloviagens de forma simples e com um transporte simples, refletindo e explorando cada minuto da minha existência.

3- Como iniciei no cicloturismo?
    Se for parar para pensar como cheguei até aqui, prestes a dar a volta no Brasil de bicicleta não conseguirei achar o ponto exato de início, já que tudo aconteceu de forma muito natural.
    Sempre gostei de pedalar, lembro muito bem que por volta dos meus 11 anos sentia-se feliz em dar a volta no quarteirão pedalando, mesmo escondido da minha mãe. É engraçado como experiências menores atraem outras cada vez maiores.
    Naquele tempo lembro de uma entrevista assistida na televisão sobre um rapaz que cruzou fronteiras de bicicleta junto com sua família (mulher e filhos), de sua cidade até Brasília, pois seu desejo era falar com o presidente da república. Aquilo não entrou fácil na minha mente, chegando a pensar que era impossível alguém chegar tão longe com uma bicicleta.
    Duas experiências foram fundamentais para realizar minha primeira cicloviagem (Manaus-AM até Boa Vista-RR na metade de 2008 com meus 22 anos). A primeira foi pedalar algumas vezes até interiores próximos a cidade onde moro com distâncias de 80 á 120 km, e a segunda foi ter viajado tantas vezes de ônibus para passar as férias de fim de ano com meu pai em Boa Vista-RR que fica á 800 km.
    Não lembro em que momento nasceu à idéia de pedalar os 800 km, mas só conseguia pensar na distância total, e por isso impossível de pedalar tanto. A curiosidade pelo assunto era tanta que fui pesquisar na internet sobre o cara que havia ido pedalando para Brasília junto com a família, e acabei descobrindo muito mais do que imaginava, pois não sabia nem que isso tinha um nome, e se chamava “cicloturismo”. O que mais me surpreendeu foi saber que há muitos praticantes, como os vários que rodam o mundo pedalando.
    Depois disto já tinha certeza que iria realizar a cicloviagem até onde meu pai mora, e passei a me dedicar no planejamento.
    A distância entre as duas cidades (Manaus-AM até Boa Vista-RR) é de 800 km, por isso tinha que levar em consideração várias coisas na hora de planejar a bagagem, como roupas, ferramentas, remédios, água e mais algumas coisas. Sabia que o peso poderia me atrasar bastante na viagem, e que por isso devia organizar bem a bagagem.
    Separei o material em quites como, higiene, manutenção da bike, 1° socorros, alimentação e de vestuário, um pneu e câmara de reserva, dando um total próximo de 30 kg. Para dormir levei uma rede com mosqueteiro, assim economizava também com pousadas.
    A média de velocidade para uma cicloviagem com sobrepeso (bagagem) é de 15 á 20 km/h, assim sabendo que a distância média de uma cidade a outra do interior é de 120 km, passaria de 6 á 8 horas pedalando diariamente, tendo que tirar um dia de descanso para cada um de viagem.
    Com o planejamento pronto e R$500,00 guardados, comecei a avisar todos os amigos e a família da novidade, então percebi que ninguém apoiaria na idéia, com comentários quase que unânimes, “Você está louco?”, “Quer se matar?”, “E se tiver um ataque cardíaco?”, “Se for assaltado?”, “Se te matarem?”, “O que vai ganhar com isso?”, “Por que não vai de ônibus ou avião?”.
    Dava para contar nos dedos de uma mão os que me deram uma palavra de força, mas não deixei me influenciar pelos comentários negativos, pois já estava decidido a ir, mesmo que fosse contra a vontade de todos.
    Quando chegou o dia parti com apenas um objetivo, chegar até a cidade onde meu pai mora, apenas utilizando a bicicleta como meio de transporte.
    Pedalava forte de uma cidade para outra, e ao chegar procurava logo me alimentar e um lugar para dormir. Tirei poucas fotos, pois evitava parar no caminho e perder o ritmo, e ao chegar na cidade já estava exausto para fotografar.
    Completei o percurso total de 800 km em 5 dias, já que não descansei de um dia para o outro. Durante o percurso estava muito ansioso para chegar e acabei correndo contra o tempo pedalando 150 km por dia em uma média de 23 km/h. Foram 5 dias de cansaço acumulado, mas em compensação minha felicidade era grande por ter conseguido alcançar meu objetivo.
    Já sentia que apartir daquele feito minha vida não seria mais a mesma, as imagens e sensações da viagem não saiam da minha cabeça, com uma vontade louca de repetir o feito.
    Na segunda vez meus familiares e amigos não me encheram de idéias negativas, já que sabiam da minha capacidade e força de vontade.
    Assim como aquele pensamento filosófico “Você nunca entra no mesmo rio duas vezes.”, eu digo que nunca você realiza a mesma cicloviagem duas vezes. Apesar de o percurso ser o mesmo, estava menos ansioso, e com objetivos diferentes e amadurecidos.
    O objetivo agora não era o ponto de chegada, mas sim o percurso. Desta vez meu desejo era o de tirar boas fotos, explorar os lugares por onde passava, e também conhecer um pouco sobre as pessoas que ali moravam. Ao completar novamente a distância de 800 km da minha cidade até a outra onde meu pai mora a sensação foi muito melhor, e com a certeza de que em uma cicloviagem o mais importante não é a quantidade (distância), mas sim a qualidade (experiências).

4 comentários:

  1. amigo, estou com tudo preparado para sair no dia 27/12/2010 aqui de Manaus, ja fiz a primeira parte da cicloviagem saindo de Manaus-AM para conhecer o territorio de Roraima... agora vou partir pela transamazonica para o Para.

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  2. Gostei muito de seu trabalho!!!!

    Parabéns

    Wanderli

    Óbidos-Pará

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  3. Eae kayo como ta a viagem?Estamos com saudades sua Cara..Si cuida por aêe..
    Abraçaoo de seu primo Renderson!


    Ass: Renderson.

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