quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Vale do Paraíso, ALENQUER- PA

Cheguei no Vale do Paraíso já perto de anoitecer, cheguei perguntando sobre o responsável pelo local para poder explicar minha situação, e então conheci a D. Carmita que me recebeu muito bem, conversamos um pouco e então ela me disse que não precisava me preocupar com nada pois era como se estivesse em casa, realmente foi como ela disse, me senti super a vontade no local, aliás, não tinha como ser diferente pois além do ótimo tratamento que tive o lugar é lindo e logo ao chegar me deparei com a beleza da cachoeira do Paraíso (foto acima). Passei três dias no local e dormia com o som da cachoeira e acordava com os pássaros cantando (o lugar é mágico), a natureza e o ambiente se misturam em uma harmonia incrível, tenho certeza que quem visita este local jamais esquece sua beleza.

Por lá fiz amizade com todos que trabalhavam no local, aliás acho que trabalhar em um local desses deve ser super agradável e confortável. O pessoal me explicou como fazia para chegar até as outras duas cachoeiras, e no dia seguinte fui caminhando pelas trilhas em busca de presenciar toda a beleza que haviam me falado sobre suas cachoeiras... com 20 minutos de caminhada cheguei até a cachoeira Véu de Noiva (foto ao final do texto), fiquei alguns minutos deslumbrando aquela imagem e tirei algumas fotos para então seguir em busca da terçeira e maior delas, com mais 20 minutos de caminhada lenta pela mata cheguei já escutando de longe o som da queda d'água, a cachoeira Preciosa (foto ao final do texto) é realmente muito linda assim como as outras, a vontade era de ficar mais tempo por lá presenciando todo o poder da natureza que o local mostra, mas enfim meu tempo era pouco e tive que voltar para o local e arrumar minhas coisas para pegar novamente a estrada.
Queria agradecer toda a ótima hospitalidade que recebi de todos que lá trabalham, em especial D. Carmita, amiga que lembrarei sempre junto a maravilhosa imagem do local, um abraço ao dono do local Zé Alfredo, que na intensão de construir um local agradável para morar e se afugentar da correria da cidade possibilitou a muitos presenciarem toda a magia do local.
Quem quiser também visitar o local ele se localiza á 40 km de Allenquer-PA (possui chalés para pernoite e restaurante), é só ligar antes para o tel: (093) 3526-1284 / 3526-2703 , e assim será muito bem recebido, sabendo que todos por lá o aguardarão.




cachoeira Preciosa
caminhada pelas trilhas !!!

cachoeira Véu de Noiva

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Óbidos- PA

Em Óbidos aproveitei bastante, a cidade é histórica, cheia de casas antigas, dizem até que na parte onde há casas antigas lembra-se um pouco a cidade de Olinda em Salvador. O antigo quartel possui a sua frente canhões que apontam na direção do rio, formando um museu a céu aberto, e com um simples passeio pode-se fazer uma viagem no tempo atravém da arquitetura do centro da cidade.
A própria cidade ja se mostra um ótimo lugar para se conhecer, mas além dela conheci vários outros pontos legais como o Balneário do Curussambá (a 7 km da cidade) bastante visitado pela população local e vizinha além de turistas, para tomar banho em sua água gelada e ao mesmo tempo agradável.
Também conheci a Vila do Curumu (á 30 km de Óbidos) onde ocorre o festival do Tucunaré (espécie de peixe) próximo do mês de agosto e setembro, uma Vila pequena em desenvolvimento, mas mesmo assim interessante para quem gosta de assuntos da natureza. A vila possui um lago (Lago Curumu) que serve de cenário para o festival e com mais 6 km de distância da Vila pode-se conhecer uma Cachoeira com água também muito agradável para se discansar do stress da cidade.
Em Óbidos andei pouco na semana que lá permaneci, pois na maior parte dos dias choveu muito, dificultando até mesmo meus trabalhos com desenho, mesmo assim deu para saber que vale a pena tornar a visitá-la. Ainda em Óbidos tive sorte de acompanhar o início do carnaval (Carnapauxis), no qual falam ser um dos melhores da região, com o custume de jogar maizena um nos outros enquanto pulam e se divertem, sendo uma marca deste festejo, pular o carnaval por lá sem sair coberto de maizena é quase que inevitável.
O carnaval de Óbidos acontece por volta do início do mês de fevereiro e logo em seu início as festas acontecem nos domingos e segundas, até começar a apresentação dos blocos oficiais, durando uma semana inteira de muita festa, sendo cada dia da semana para um bloco responsável. Nesta época a cidade é muito visitada por turistas e população vizinha, tornando a cidade bastante movimentada.
Enquanto estive por lá participei de um bloco de domingo, e deu para ter uma idéia de como a cidade fica movimentada e animada com o carnaval, pulei um pouco junto com o restante dos brincantes, que eram muitos, saí de lá coberto de maizena entrando no clima da brincadeira, mas logo depois fui para a casa onde estava hospedado para dormir e descansar, pois no dia seguinte iria pegar novamente a estrada.
Antes de sair fui convidado para ficar e acompanhar os blocos oficiais, mas como ja estava a uma semana na cidade tinha que partir, pois a jornada é longa e ainda tinha muita estrada pela frente.
Queria agradecer aqui toda a ajuda que recebi da família onde fiquei ospedado em Óbidos (Junho, Biju, Mirella, Manuella, Erenisse, Mário e a pequena Júlia). Serei eternamente grato, não só pela ajuda mas pela boa companhia de todos.
Parti da cidade de Óbidos no dia 31/01/11 rumo ao município de Alenquer-PA. Já na estrada parei para tirar mais fotos do balneário do Curussambá, e de lá continuei para tentar chegar o mais próximo de Alenquer antes de anoitecer. Com 22 km pedalados parei na Vila Cipoal, onde parei para merendar e depois continuar o pedal. Já perto de 11:00 h parei em uma casa na beira da estrada onde depois de conversar um pouco me me convidaram para almoçar. Após almoçar, conversei mais um pouco, agradeci a comida, e segui pela estrada.
Já com 70km de pedal cheguei na Vila Mamiá a tarde, onde parei para merendar, conversar mais um pouco e pedalar mais 7 km até chegar no Sítio do Erivam, com quem fiz amizade.
Erivam estava passando uma semana com sua família no sítio, conversei bastante com eles e então me ofereceram comida e perguntaram se não queria pernoitar por lá. Aceitei o convite, pois já estava noite, tomei um banho e conversamos bastante até chegar a hora de dormir. Já ao amanhecer tomei café, agradeci a ajuda de todos e novamente peguei a estrada.
Já com alguns quilômetros pedalados, por volta de 10:00 horas começou a chover, decidi então parar para descansar em uma casa na beira da estrada enquanto a chuva passava. Enquanto isso conversei com os moradores, que me falaram sobre as cachoeiras do Vale do Paraíso, mas que para chegar até lá teria que desviar um pouco o caminho até Alenquer. Pensei um pouco na idéia e decidi ir até as cachoeiras, antes de sair fui convidado para almoçar, aliás por onde passo na estrada esse tipo de convite é bastante comum depois de meia hora de conversa.
A chuva passou as 16:00 horas, mas mesmo assim decidi pedalar mais um pouco, ainda passei pela ponte do rio Curuá (maior ponte feita de madeira do Brasil), e com mais alguns quilômetros encontrei um senhor sentado a frente de seu sítio, parei para pedir água e ele ainda me ofereceu café, ele perguntou de onde estava vindo e expliquei os detalhes da viagem, surpreso ele me convidou para ficar dois dias em seu sítio para conhecer seu trabalho com plantação de cacau,castanha do Pará, produção de farinha, criação de gado e outros... nos dois dias que fiquei por lá conheci bastante como é a vida no campo, e ainda aprendi sobre a produção de farinha e castanha da região. Ele teve sua vida desde a adolescência ligada ao trabalho, principalmente no garimpo, concerteza ele tem muita história para contar, mas agora busca o sossêgo do campo para passar sua velhice desfrutando toda a paz e leveza da natureza. Fui tratado super bem, acordava bem cedo para comprar carne e partilhei um pouco de sua rotina no sítio.
Como sempre tive que me despedir de S. Osvaldo (dono do sítio) e seguir viagem rumo ao Vale do Paraíso, passei por diversas vilas e comunidades mas só parava para merendar e conversar um pouco com algum morador antes de seguir. Cheguei no mesmo dia no Vale do Paraíso, mas até lá passei por momentos de tenssão, pois havia pegado uma estrada de barro estreita, desabitada e pouco movimentada, com mata fechada, sem espaço para acampar caso não chegasse a tempo nas cachoeiras, mas enfim cheguei a tempo.